ERGOESPIROMETRIA
O teste ergométrico é um procedimento não invasivo, que pode conferir informações diagnósticas e prognósticas, além de avaliar a capacidade individual para exercícios dinâmicos. Os aparatos disponíveis para a realização de diferentes testes, que envolvem o esforço físico, apresentam características distintas, podendo variar de sistemas mais simples a equipamentos com elevado grau de sofisticação tecnológica.
Independentemente do local onde o exame seja realizado, é fundamental que algumas premissas devam ser respeitadas: ambiente adequado, equipamento básico, pessoal treinado e preparo e orientação do paciente, de acordo com o objetivo do exame. É fundamental, ainda, que exista pessoal para atuar em situações de emergência.
Teste ergométrico (TE) - Preferencialmente, um computador central deverá controlar o funcionamento do ergômetro (esteira ou cicloergômetro) e demais equipamentos periféricos (oxímetro, monitor de pressão), todos eles interfaceados.
Ergômetro - Os ergômetros devem ser, preferencialmente, eletrônicos ou eletromagnéticos e dispor de interface de comunicação com o computador central, através de saída analógica ou digital, para onde deverão ser enviados dados de velocidade, inclinação, ciclos, etc. e recebido os comandos de variação de carga.
Teste feito em cicloergômetro |
Teste com esteira feito na Lapex com esteira |
A Ergoespirometria avalia apenas três parâmetros:
- Volume ventilatório minuto;
- Mede % O2 e CO2 do ar inalado;
- Mede %O2 e CO2 do ar exalado;
VO2 = VE (% extração O2)
VCO² = VE (%produção CO2)
Medida da Ventilação - O aparelho para medida da ventilação deverá ter acurácia suficiente para medidas de diferentes volumes e velocidades de fluxos e baixas resistência e inércia. Além disso, é desejável que o aparelho permita sua conexão ao computador, para maior facilidade da correlação dos dados obtidos.
A medida da ventilação durante o exercício requer que o indivíduo testado tenha suas narinas fechadas por um clipe nasal e que o bocal não permita qualquer escape de ar. O espaço morto do equipamento também é importante (máximo =100 ml).
Para realização de medidas precisas, é necessário que seja determinada a umidade relativa do ar, realizando-se os ajustes para temperatura e pressão padronizados (ou seja, STPD).
Calculam o O2 por ionização e o CO² por turvidez |
Vários tipos de fluxômetros podem ser utilizados: transdutores de massa, pneumotacômetros de Fleish, anemômetros, entre outros. Esses sistemas permitem medidas das trocas gasosas a cada ciclo respiratório (respiração por respiração - do inglês "breath by breath"). Com estes sistemas, as respostas do paciente tornam-se disponíveis imediatamente, e, com o sistema acoplado ao computador, as medidas são continuamente disponibilizadas na tela (durante o exame).
Os pneumotacômetros medem as reduções de pressão geradas pelo fluxo através de um tubo. A relação entre fluxo e queda da pressão é analisada através da Lei de Bernoulli (o fluxo é proporcional à raiz quadrada da diferença de pressão). Essa lei permite a medida do fluxo com o pneumotacógrafo. Os transdutores de volume à turbina medem o fluxo bidirecional de ar na boca. Anemômetros consistem em um tubo fino com um arame aquecido em seu interior. Conforme o ar flui pelo tubo, ele esfria o arame. O volume de fluxo do ar é proporcional à quantidade de eletricidade necessária para reaquecer o arame.
Observação: O percentual de O2 no ar atmosférico é de 21%, esse valo pode oscilar devido a poluição ambiental. Porém o que realmente oscila é o percentual de CO² que está em torno de 0,03%.
Exemplo: Então se for inalado 21% e eu exalo 19%, isso mostra que eu consumi 2% do VOLUME VENTILATÓRIO. Se um sujeito tivesse ventilado 10 litros, seriam 2% de 10 litros
Conceitos que devem ser sabidos para fazer uma analise
VO2 : capacidade de transportar o oxigênio
VO2 de pico: quando temos um macro, mas não temos um platô
VO2 máximo: Consumo Máximo de Oxigênio
É a taxa máxima que o organismo de um indivíduo tem de captar e utilizar o oxigênio do ar que está inspirando para gerar trabalho. VO2 max é diferente de VO2 , VO2 refere-se ao consumo de oxigênio pelo organismo numa determinada intensidade de exercício.
Tanto VO2 áx. (consumo máximo de oxigênio) como VO2 (consumo de oxigênio) podem ser expressos em:
a) l . min-1 (litros por minuto = litros de oxigênio absorvidos no espaço de tempo de 1 minuto, pode ser chamado de valor absoluto, Adams 1994).
ou
b) ml . kg -1 . min -1 (mililitros por quilograma de peso por minuto = mililitros de oxigênio absorvidos por quilograma de peso corporal no espaço de tempo de 1 minuto, pode ser chamado de valor relativo, Adams 1994)
Taxa de Troca Respiratória - RER
RER = VCO2 / VO2
Glicose
RER = 6 CO2 / 6 O2 = 1,0
Palmitato
RER = 16 CO2 / 23 O2 = 0,7
RER = Taxa de Troca Respiratória = produção de CO² / pelo consumo de oxigênio
RER próximo 0,7 predominância de gordura
RER próximo 1,0 predominância de carboidrato
RER acima de 1,0 é igual a um estado de ACIDOSE. Pois a oferta de CO² que é decorrente não mais de oxidação, mas do tamponamento de lactato.
RER abaixo de 1,0 é igual a um estado de OXIDAÇÃO. É a redução da ventilação pulmonar fazendo aumentar a concentração de CO².
O2 máximo e envelhecimento
O consumo máximo de oxigênio cai a medida que se envelhece. A partir dos 30 anos o VO2 começa a ter uma queda, essa queda ocorre dev
Ido a sarcopenia ( perda dos sarcômeros) na ordem de 7 milímetros a cada 10 anos.
O treinamento vai diminuir a sarcopenia e isso vai ajudar a manter o consumo máximo de O2 alto.
O treinamento aeróbio ajuda na adaptação cardiovascular.
Limiar Anaeróbio
O principal modelo de determinação de limiar é a Lactacidemia essa determinação ocorre através de uma amostra de sangue onde se mede a concentração de lactato.
O limiar anaeróbio se refere á intensidade de exercício onde o nível de lactato sanguíneo começa a se acumular numa velocidade mais alta do que vinha acontecendo em intensidades de exercício mais leves. A partir desse ponto a velocidade de produção de lactato ultrapassa a velocidade de remoção causando um acúmulo que vai se acentuando cada vez mais.
Existem basicamente dois Limiares:
limiar 1: representa o ponto onde a produção de lactato é aumentada, mas ainda existe um equilíbrio entre produção e remoção, as fontes aeróbias de energia continuam sendo predominantes no fornecimento de energia para a atividade;
limiar 2: representa o ponto onde a produção de lactato é aumentada desproporcionalmente ao que vinha acontecendo nas intensidades inferiores de exercício, e a fonte energética aeróbia não consegue mais manter “sozinha” (predominantemente) o fornecimento de energia, passando a necessitar de ajuda das fontes anaeróbias, que acentuam o acúmulo de lactato induzindo à fadiga precocemente.
JI Guimarães, R Stein, F Vilas-Boas;